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Qual a diferença e relação entre o TDAH e o Autismo

  • Foto do escritor: Aline D'Avila
    Aline D'Avila
  • 9 de jan.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 16 de abr.

Você sabe qual a diferença entre TDAH e Autismo? Nos últimos anos, a busca por avaliação neuropsicológica entre adultos tem aumentado significativamente. Muitos indivíduos apresentam sintomas que podem ser associados tanto ao Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) quanto ao Transtorno do Espectro Autista (TEA).


Ambos os transtornos são condições do neurodesenvolvimento que podem impactar profundamente a vida adulta, mas compreender as similaridades e as diferenças é crucial para um diagnóstico preciso e intervenções adequadas.


Diversos sintomas podem confundir profissionais e pacientes na diferenciação entre TDAH e TEA. Estudos (APA, 2002; KOOIJ et al., 2019; VOLKMAR et al., 2021) apontam que as semelhanças entre esses transtornos incluem:


TDAH e Autismo: dificuldades de Atenção e Organização

Indivíduos com TDAH enfrentam desatenção e desorganização, enquanto pessoas com TEA podem apresentar dificuldades em iniciar e manter tarefas devido à sobrecarga sensorial ou falta de interesse em assuntos que não são de seu hiperfoco.


Problemas de Comunicação


Ambos, TDAH e Autismo em adulto, podem ter dificuldades de comunicação, mas em contextos diferentes. No TDAH, a impulsividade pode gerar interrupções frequentes ou dificuldade em acompanhar conversas.

No TEA, a dificuldade reside em interpretar nuances sociais e na linguagem não verbal (como não entender mudanças na expressão do rosto e corpo, não olhar nos olhos, não usar gestos para dar sentido ao que fala).


Sensibilidade Sensorial


Pessoas com TEA frequentemente relatam hipersensibilidade a sons, luzes ou texturas. Adultos com TDAH podem ter uma percepção elevada de distrações sensoriais, o que pode parecer similar à hipersensibilidade do TEA.


Apesar das similaridades, algumas diferenças cruciais auxiliam na distinção diagnóstica (APA, 2022; FARAONE et al., 2019):


  1. Hiperfoco e Interesses Restritos: No TEA, o hiperfoco frequentemente envolve interesses muito específicos e intensos, que podem não se alinhar com objetivos práticos. Já no TDAH, o foco pode ser transitório, dependendo de estímulos externos ou da novidade da atividade.

  2. Comportamento Social: Indivíduos com TEA frequentemente enfrentam dificuldades em compreender regras sociais implícitas, demonstrando comportamentos que podem ser vistos como desinteresse ou isolamento. No TDAH, o comportamento social é mais frequentemente marcado por impulsividade, como falar sem pensar ou dificuldade em esperar sua vez.

  3. Dificuldades de Atenção: No TEA, a desatenção pode surgir devido à dificuldade em processar estímulos sociais ou sensoriais, enquanto no TDAH, é causada principalmente pela falta de regulação na capacidade de manter atenção em tarefas monótonas ou desinteressantes.


Segundo Malloy-Diniz e Seabra (2020), a avaliação neuropsicológica permite um diagnóstico diferenciado ao combinar análise clínica, aplicação de testes psicológicos cientificamente validados e coleta de informações de múltiplas fontes, como familiares, escolas, colegas de trabalho, dentre outros.


Um alerta de faz para a falta de um diagnóstico claro, o que pode levar a tratamentos inadequados, como o uso de medicamentos para TDAH em indivíduos com TEA e impactos na autoestima e nas relações pessoais, devido à sensação de não pertencimento ou fracasso social.


Apesar de apresentarem sintomas semelhantes, TDAH e TEA são transtornos distintos que exigem diagnósticos precisos e tratamentos personalizados.


Se você está em busca de respostas, a avaliação neuropsicológica pode ser o primeiro passo para entender suas necessidades e melhorar sua qualidade de vida.





Referências Bibliográficas

  • American Psychiatric Association. (2022). DSM-5-TR: Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais.

  • Faraone, S. V., et al. (2019). The World Federation of ADHD International Consensus Statement: 208 Evidence-based conclusions about the disorder. Neuroscience and Biobehavioral Reviews.

  • Kooij, J. J. S., et al. (2019). Adult ADHD Diagnostic Assessment and Treatment Recommendations. World Journal of Biological Psychiatry. Malloy-Diniz, L., & Seabra, A. G. (2020). Neuropsicologia: Teoria e Prática. Porto Alegre: Artmed.

  • Volkmar, F. R., et al. (2021). Autism Spectrum Disorders in Adulthood. Annual Review of Clinical Psychology.


 
 
 

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